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Governo teve queda real de 39,8% no resultado primário no 1º trimestre em relação a 2023

0s · Ecio Costa - Economia e Negócios · 29 Apr 00:00

O Governo central teve déficit primário de R$ 1,527 bilhão em março e apresentou déficit de R$ 247,4 bilhões, o equivalente a 2,2% do PIB, no acumulado de 12 meses. Nos três primeiros meses do ano, por sua vez, o governo central registrou superávit de R$ 19,431 bilhões ante R$ 31,209 de 2023. A receita líquida do governo central registrou aumento real de 8,3% em março em relação a 2023, somando R$ 163,860 bilhões. Enquanto isso, as despesas totais subiram 4,3% na mesma comparação, alcançando R$ 165,387 bilhões. No acumulado do ano, a receita líquida alcançou R$ 534,220 bilhões, enquanto as despesas totais somaram R$ 514,789 bilhões. No mês de março, o aumento da receita veio do aumento de Cofins e Pis sobre a reoneração dos combustíveis e do aumento de Imposto de Renda Retido na Fonte da tributação dos fundos exclusivos, que tem sua última parcela nesse mês. Além disso, o aumento da produção industrial ajudou no IPI, junto com aumento da arrecadação com o aumento da massa salarial e com o pagamento de dividendos da Petrobras, que não ocorreu em 2023. O aumento das despesas pode ser explicado por dois fatores principais, que foram os aumentos nos pagamentos de benefícios previdenciários e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), e reflexos do aumento no número de beneficiários e da política de valorização real do salário-mínimo. Por outro lado, não houve pagamento de precatórios. A meta de resultado primário para este ano é de déficit zero, mas os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento projetam atualmente resultado negativo de R$ 9,3 bilhões. Esse resultado está cada vez mais difícil de ser atingido, ao se observar que houve uma queda de 39,8% em termos reais do superávit no primeiro trimestre desse ano em relação a 2023.

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Balança comercial tem superavit de US$ 8,5 bilhões em maio

O resultado representa uma queda de 22,3% em relação ao mesmo mês em 2023, quando o saldo positivo foi de US$ 11,0 bilhões. Esse é o 3º maior saldo para o mês desde o início da série histórica em 1989, e só perde para os anos de 2023 e 2021. As exportações foram de US$ 30,3 bilhões em maio de 2024, uma queda de 7,1% em relação a 2023 (US$ 32,7 bilhões). As importações totalizaram US$ 21,8 bilhões, o que representa um crescimento de 0,5% em relação a 2023 (US$ 21,7 bilhões). A corrente de comércio teve uma queda importante de 4,1%. A queda veio tanto da redução do volume quanto do preço dos itens exportados. As importações cresceram em volume, mesmo com queda dos preços dos itens importados, mostrando contração dos preços internacionais de bens exportados e importados, talvez um reflexo da desaceleração econômica chinesa. A indústria extrativa foi o único setor com crescimento em maio, 13,8% em valor. A indústria de transformação teve queda de 9,2% no valor exportado. A agropecuária, por sua vez, apresentou queda de 18,5% devido à queda dos preços internacionais das commodities de 15,7% e do volume exportado, 3,4%. A exportação de óleos brutos de petróleo teve um crescimento de 35,9% em valor, sendo o segundo item mais importante nas exportações, com 15,8%, atrás da soja, que deteve 19,0%, apesar da queda de 28,9% em valor. O minério de ferro teve uma queda de 16,6%, sendo o terceiro item mais exportado, respondendo por 8,1% das exportações totais. A China manteve a liderança como principal destino das exportações totais brasileiras, com 32,4% do total, mas com queda do valor de US$ 10,67 bilhões em 2023 para US$ 9,83 bilhões em 2024. EUA e União Europeia apresentaram aumentos de 3,2% e 23,1%, respectivamente. A Argentina apresentou forte queda de 42,7%. O resultado de maio aponta para um forte crescimento do setor exportador de óleos brutos de petróleo, com aumento no preço e no volume, o que tem ajudado nos valores exportados. A queda nos preços reflete muito a situação de desaceleração econômica da China. Essa forte concentração na China como destino continua a representar um risco importante.

A produção industrial recuou 0,5% no mês de abril em relação a março

O resultado interrompeu dois meses consecutivos de alta, período em que tinha acumulado uma expansão de 1%. Na comparação com abril 2023, houve uma expansão de 8,4%, mas isso se justifica porque o mês de abril desse ano teve quatro dias úteis a mais que abril de 2023. No acumulado em 12 meses, o crescimento da indústria é de 1,5%, bem abaixo do crescimento do restante da economia. Isso preocupa bastante, até porque esse recuo mostra que as dificuldades para o setor persistem. O ponto mais elevado da produção industrial brasileira ocorreu em maio de 2011. De lá para cá, a trajetória tem sido de queda. A indústria de bens de capital teve expansão de 3,5%, importante, significa que há investimentos acontecendo no setor, mas os bens intermediários tiveram queda de 1,2% e os bens de consumo duráveis tiveram um crescimento de 5,6%, enquanto os semi-duráveis e não duráveis, um crescimento de apenas 0,1%, fazendo com que o setor como todo tivesse a queda de 0,5%. As indústrias extrativas e de produtos alimentícios tiveram as maiores influências negativas. A indústria extrativa teve recuo de 3,4% no mês e a alimentícia de 0,6%. Veículos automotores foi o destaque entre as 18 atividades no campo positivo, com um crescimento de 13,2%, trazendo aí o principal impacto positivo, após recuar 4,6% no mês de março. A indústria brasileira tem perdido protagonismo ao longo da última década. Sua participação no PIB tem diminuído e o setor sofre de muita ineficiência causada por carga tributária elevada e complexa, mas também por falta de concorrência por excesso de protecionismo e custos trabalhistas muito elevados.

PIB no 1º trimestre surpreende e apresenta crescimento de 0,8%

O resultado rompeu série consecutiva de desempenhos fracos dos últimos 2 trimestres, quando havia crescido somente 0,1% e caído 0,1% nos terceiro e quarto trimestres de 2023. Pelo lado da oferta, o setor de serviços foi quem mais puxou. Pelo lado da demanda, o consumo veio acima do esperado. No acumulado de 12 meses, o PIB mostrou desaceleração em relação ao período passado, com um crescimento de 2,5%, uma queda em relação ao 2,9% do 4º trimestre de 2023. Essa redução vem sendo observada desde o segundo semestre de 2023, mas com reversão da tendência nesse 1º trimestre, que não deve se repetir no 2º trimestre por conta do impacto negativo a ser verificado pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O resultado do 1º trimestre chama mais a atenção pelo forte desempenho do setor de serviços, que representa 67,4% do PIB e apresentou um crescimento de 1,4% no trimestre, o 12º trimestre seguido de crescimento. A agropecuária também teve crescimento forte (11,3%) mas representa apenas 7,1% do PIB total. A indústria, que representa 25,5% do PIB, mostra contínua preocupação com um fraco desempenho, com queda de 0,1%. Pelo lado da demanda, por sua vez, o consumo das famílias cresceu acima do esperado (1,5%). A variável representa 63,3% do PIB e foi impulsionada pela melhora no mercado de trabalho, com aumento da massa salarial real, pelos programas de transferência de renda e um crescimento nominal de 8,5% das operações de crédito, com uma Selic mais baixa. Apesar do forte crescimento do Investimento no 1º trimestre (4,1%), essa recuperação veio após 3 trimestres seguidos de queda na comparação anual, deixando a participação no PIB em um patamar de 16,9%, muito baixo para permitir um crescimento mais sustentável da economia. Em resumo, o PIB foi puxado pelo consumo das famílias e pelos serviços, principalmente o comércio.

Indicadores econômicos dos EUA podem trazer uma boa notícia para o Brasil

É aquela máxima que vem sendo utilizada muito por lá, onde “bad news is good news”, ou seja, notícias ruins podem trazer notícias boas, de queda de juros nos EUA e, consequentemente, no Brasil. A má notícia é que a economia americana cresceu menos do que o esperado no primeiro trimestre. A segunda leitura do PIB do primeiro trimestre da economia americana mostrou um crescimento de 1,3%, abaixo do crescimento da primeira leitura do PIB para o primeiro trimestre, que era de 1,6% e abaixo do quarto trimestre de 2023, quando deu 3,4%. Isso tudo em termos anualizados e puxados pela queda no dinamismo do consumo. Também foi divulgada a inflação do consumo dos EUA para o mês de abril. A inflação subiu 0,2% em seu núcleo, abaixo do esperado. Esse é o indicador de inflação que o Federal Reserve, o Banco Central americano, acompanha de perto. Em 12 meses o núcleo ficou em 2,8%, levemente abaixo também do esperado para o acumulado de 12 meses. Isso é importante porque as autoridades do Fed acompanham de perto o indicador para tomar suas decisões em relação à taxa de juros. Com esse resultado e com a revisão do crescimento econômico dos EUA no primeiro trimestre, por conta do consumo mais fraco, há agora uma expectativa de que o corte de juros para a economia americana venha a acontecer em setembro, agora com uma probabilidade acima de 50% nas pesquisas que são feitas com os analistas americanos. Isso é importante porque traz uma oportunidade para que os juros da economia brasileira caiam num ritmo mais forte. Desde que lá realmente as taxas comecem a cair, esse movimento pode facilitar para que a Selic passe a retomar um nível de queda maior, desde que a inflação não apresente sinais de pressão na economia brasileira e que a política fiscal não atrapalhe.

Dados sobre empregos formais e Taxa de Desemprego mantêm trajetória positiva

Dados sobre empregos formais e Taxa de Desemprego mantêm trajetória positiva. No mesmo dia, o Caged indicou que o Brasil criou 240.033 empregos com carteira assinada em abril de 2024 e a taxa de desemprego do Brasil caiu para 7,5% no trimestre encerrado em abril, menor para o período nos últimos 10 anos. O resultado do Caged representa uma alta de 32% na comparação com o mesmo mês de 2023, quando foram criados 181.761 postos. No acumulado dos quatro primeiros meses de 2024, o saldo do Caged é positivo em 958.425 vagas. É o maior resultado para o intervalo de tempo desde 2012. Por setores da economia, a área de serviços contou com o maior saldo de empregos formais em abril, com 556.607 registros. Na sequência, estão a indústria (191.358), a construção (141.428), o comércio (42.936) e agropecuária (26.097). A Administração Pública foi quem mais gerou empregos no mês de abril, com 40.127 vagas. No acumulado do ano, todos os 5 setores acumulam saldo positivo, com serviços liderando. Segundo o ministério, 25 das 27 unidades federativas registraram saldo positivo na criação de empregos. O Estado de São Paulo teve o maior número de postos (76.229, alta de 0,54%), seguido por Minas Gerais (25.868, alta de 0,53%). Alagoas foi o Estado com maior queda no saldo: – 9.589 postos (-2,2%), seguido por Pernambuco, com 1.103 a menos (-0,08%). Em relação à Taxa de Desemprego, esse é o menor nível de desocupação para o período desde 2014, quando foi de 7,2%. A taxa aumentou 0,1 ponto percentual em relação ao 4º trimestre de 2023, quando era de 7,4%. Em comparação com o mesmo período do ano passado, porém, recuou 1 ponto percentual. Era de 8,5% no trimestre encerrado em abril de 2023. A população ocupada no país era de 100,8 milhões no trimestre encerrado em abril. Em 1 ano, subiu 2,8% (2,8 milhões de pessoas). O nível de ocupação foi de 57,3%, sem alteração em relação ao trimestre anterior e subindo 1,1 ponto percentual em 12 meses. A contínua melhora do nível de emprego na economia brasileira tem dois fatores importantes envolvidos em sua explicação: o aumento das contratações formais no funcionalismo público e o setor de serviços, que continua empregando formalmente e, principalmente, informalmente.

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