Call de abertura - Alexandre Schwartsman

O economista Alexandre Schwartsman critica proposta de emenda constitucional que prevê gastos de mais de R$ 38 bilhões para ampliar o Auxílio Brasil, conceder voucher aos caminhoneiros e compensar empresas de ônibus por gratuidades. Schwartsman destaca que há dispositivos legais para impedir esse tipo de gasto em ano eleitoral e afirma que a PEC para alterar estas regras mostra a 'fragilidade institucional' do Brasil.

Alexandre Schwartsman comenta ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, que elevou a taxa básica de juros e projetou um período mais longo de aperto monetário. Para o economista, nem mesmo os juros altos serão suficientes para trazer a inflação para a meta. Schwartsman explica, ainda, que medidas adotadas pelo BC não terão impacto imediato e devem se refletir nos preços apenas no segundo semestre de 2023.

Nesta quarta-feira, serão anunciadas as novas medidas em relação à taxa básica de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Alexandre Schwartsman afirma que o Copom deve elevar o índice em meio ponto percentual, mas diz não estar certo se esta será a última elevação deste ciclo. Já no cenário internacional, o comentarista diz que o contexto é distinto, já que o processo de aumento de juros 'ainda está no começo'.

O Palácio do Planalto apresentou a proposta de uma nova PEC para os combustíveis. Dessa vez, trata-se de zerar o ICMS e que os estados aceitem o ressarcimento da União. Alexandre Schwartsman analisa a ideia e suas implicações: 'não tem nenhuma dimensão em que isso funcione, exceto dar um gás para tentativa de reeleição do presidente'.

O índice atingiu o menor nível para o trimestre desde 2015, quando era de 8,1%, segundo o IBGE. Alexandre Schwartsman avalia os números e destaca dois pontos: a extensão do ganho de empregos, que 'deu uma acelerada bem forte'; e a possibilidade de voltar para média de desemprego de um dígito, 'mesmo em um contexto em que mais gente voltou a buscar trabalho'.

Alexandre Schwartsman repercute a nova mudança no comando da Petrobras, em mais uma tentativa da gestão Bolsonaro de derrubar o preço dos combustíveis. O comentarista ressalta que estão sendo sugeridas soluções antigas para a questão, como fazer o alinhamento com os valores internacionais de maneira espaçada. 'A gente está essencialmente repetindo as propostas que vieram do governo de Dilma Rousseff', pontua.

Alexandre Schwartsman fala sobre a alta da inflação em diversos países do mundo. O comentarista repercute, também, a ata do Copom e destaca que o Banco Central evitou dar pistas do que está por vir. 'O que ficou mais claro na ata é que o Banco Central projetou a inflação do ano que vem usando juros de 13,25%'

Alexandre Schwartsman conta que, nos EUA, a elevação deve ser de meio ponto percentual: 'é o maior passo do ponto de vista de política monetária que eles fazem desde 2000'. Já no Brasil, a subida deve ser de um ponto percentual. 'A questão, nos dois, não é tanto o que eles vão fazer agora. Mas, sim, o tipo de sinalização que vão dar para as próximas reuniões', alerta.

Alexandre Schwartsman repercute o IPCA 15 de abril, que indicou 1,73% de inflação. Ele explica que diferentemente do difundido, o índice não corresponde apenas a fatores externos. 'Se olharmos nos últimos 12 meses, exceto alimentos, combustíveis e energia, dá 8,5%', aponta o comentarista, que ainda destaca: '78% dos produtos pesquisados pelo IBGE subiram no período de março a abril. É um fenômeno bastante disseminado'.

Alexandre Schwartsman comenta dados do FMI que revisam para baixo a estimativa de crescimento global. Ele destaca que, na comparação entre países, Brasil cresce menos que a média global e menos que outras nações emergentes. O economista faz, ainda, uma análise sobre a crise de 2014 e cita fatores que podem acabar levando a economia brasileira a problemas similares.