O Assunto é Dinheiro - Luiz Gustavo Medina

Luiz Gustavo Medina demonstra surpresa com o bom momento para os shopping centers, em especial os de São Paulo, onde os edifícios ficam 'abarrotados de gente, mesmo antes das férias escolares.' Segundo o comentarista, essa lotação mesmo com alta inflação é excelente para a economia real. O cenário também beneficia fundos imobiliários e ações de shoppings listados na Bolsa.

Luiz Gustavo Medina explica que a mineradora brasileira caiu 11% nesta semana por conta do encolhimento da construção civil chinesa. O PIB do país oriental cresceu apenas 0,4% no trimestre, puxado em parte por números ruins nas construções e vendas de imóveis. Os edifícios precisam de aço, derivado do minério de ferro. Com a procura menor, a Vale sente os efeitos negativos da conjuntura.

Por conta da inflação muito alta, explica Luiz Gustavo Medina, o Banco Central americano vai precisar acelerar a elevação da taxa de juros. Reunião no fim de julho deve aumentar o índice em 1 ponto percentual. Segundo Teco, esta perspectiva leva à queda das commodities. O minério de ferro caiu 7% e derrubou as ações da Vale; o petróleo, 5%, e levou as ações da Petrobras junto, por exemplo.

Luiz Gustavo Medina explica por quais razões o momento da economia mundial é 'bastante complicado'. Segundo ele, há enorme preocupação com a oscilação frequente do petróleo e a inflação persistente e alta. A inflação nos EUA bateu 9,1% em 12 meses, maior índice em 41 anos. Com isso, aponta Teco, o Banco Central americano deve anunciar juros altíssimos, com capacidade de desencadear recessão global.

É a primeira vez, desde o início da circulação de euro, há duas décadas, que esta marca é alcançada. 'Confesso que não imaginaria se alguém me falasse isso tempos atrás. Hoje, parecia impossível não acontecer', diz Teco Medina. O comentarista ainda fala sobre a inadimplência no Brasil: 'os números continuam a piorar'.

Luiz Gustavo Medina analisa edição do Boletim Focus divulgada nesta segunda-feira. O comentarista destaca revisão para baixo na expectativa de inflação e previsão do fim da alta nos juros. 'São notícias um pouco melhores dentro de um cenário ruim', afirma.

O que era inimaginável há algum tempo pode acontecer nos próximos dias: o Euro, que tinha cotação mais alta que o dólar, vem perdendo valor e está perto de entrar em em relação de paridade com a moeda americana. Para Luiz Gustavo Medina, a tendência reflete diversos fracassos da economia europeia, como a dificuldade em manter o crescimento e a crise gerada pela guerra na Ucrânia.

A moeda americana opera em baixa nesta quinta-feira, cotado a R$ 5,34. Luiz Gustavo Medina ressalta, contudo, que 'não parece com muita força para voltar ao patamar abaixo de R$ 5. Com alta dos juros acima do esperado nos EUA, o preço deve subir mais um pouco.

Teco Medina faz um retrospecto do cenário econômico do país, que hoje tem uma inflação de mais de 60% em 12 meses. 'O país é um caso único (...), está há 20 anos tentando dar um jeito sem fazer o trabalho difícil, sem melhorar as estruturas da economia; uma decisão populista atrás de outra decisão populista', opina.

Luiz Gustavo Medina repercute pesquisa da B3 sobre o perfil dos investidores brasileiros. Segundo o documento, o número total de pessoas com investimento na bolsa cresce com constância; há 5,2 milhões hoje. No recorte de gênero, 76% são mulheres; no regional, o levantamento revela que 50% dos investidores estão em São Paulo.